quinta-feira, 4 de março de 2010

2010/Sebastião Oliveira da Paz


Era uma figura realmente interessante. Voz suave, tranqüilo,sempre bem humorado e um bom contador de historias. Eu o conheci em 1964 durante as "Noites de Bossa"que produzíamos no Teatro de Arena.
Me chamou a atenção a maneira como tratava o seu baixo acústico, instrumento que dominava com maestria.
A sua precisão para afinar, a delicadeza como usava o arco quando os arranjos exigiam, os toques firmes de seus dedos nas cordas, chamavam a atenção daqueles que gostavam de um bom jazz ou de um número de bossa nova.
Passei a segui-lo. Fizemos muitos shows juntos. Cezar Mariano, Jongo Trio, Dick Farney foram alguns companheiros musicais.
Na Rádio Jovem Pan teve um programa de música popular brasileira e depois fez o mesmo na Rádio Trianon. Eram verdadeiras aulas. Com excelente dicção, causava inveja a muitos dos apresentadores dessas emissoras, aonde era muito querido e respeitado.
Um dos últimos contatos que tive com Sabá foi na Av. Paulista.
Caminhava muito a vontade, calçava sandálias e tive que me aproximar bem dele para que me reconhecesse. Usava lentes bem grossas numa clara evidência que sua visão não era a mesma.
Conversamos um pouco, relembramos o passado e nos despedimos.
No último dia 23 de fevereiro, Sabá se foi, e certamente junto a Dick Farney e Toninho Pinheiro estão arrasando com seu som. Pena que agora só para os anjos!