segunda-feira, 18 de maio de 2009

1980/Frank Sinatra


Roberto Medina, herdeiro de Abrahan Medina, grande empresário do ramo de eletrodomésticos, dono da rede Rei da Voz no Estado do Rio de Janeiro e Harmônicas Scandali, sempre foi muito precoce. Aos dezoito anos era superintendente da Midas Propaganda e aos dezenove,  vice presidente da rede Rei da Voz. Ingressou na Art Plan Publicidade, house agency do grupo imobiliário Veplan em 1969.

Em 1978 implantou a empresa Art Plan Empreendimentos. Ali realizou o que muitos empresários haviam tentado sem sucesso durante anos. Trouxe Frank Sinatra ao Brasil para um show memorável no Maracanã.

Ainda hoje, consta do Guiness Book of the Records, como o maior público já registrado em um show solo. Foram 150 mil pessoas.

Para se avaliar a enorme vontade dos brasileiros em receber “A Voz” em nossa terra, até brincadeiras de gosto duvidoso eram cometidas por meios de comunicação. Um destes fatos, aconteceu no começo dos anos 60.

A TV  Record anunciou a vinda do cantor, mostrando na divulgação uma silhueta com chapéu característico, que insinuava que aquele era Sinatra.

O show, marcado para a noite de 31 de março, entrou no ar, propositalmente atrasado, nos primeiros minutos do dia primeiro de abril, e quem adentrou ao palco, foi o cantor Decio Cardoso, um “ cover “do Sinatra. A  Record, sem nenhum escrúpulo, simplesmente confessou ser um “primeiro de abril”.

Mas voltando ao ano de 1980, o meio artístico simplesmente entrou em polvorosa, com a confirmação da vinda de Mr. Sinatra ao Brasil. Havia uma movimentação intensa, as

prateleiras das lojas de discos se prepararam e estavam recheadas com suas gravações.

Revistas publicaram reportagens, contando curiosidades sobre o cantor, os músicos da noite incluíram  os seus sucessos em seus repertórios. A Sinatromania tomava conta do país.Os fãs exultavam.

Acompanhei a carreira de Sinatra desde os  tempos em que ele era crooner. Conheço bem o seu repertório e, talvez por causa disso, não pudesse ficar distante do grande acontecimento de 2 de fevereiro de 1980.

Alguns fatos interessantes aconteceram. Certo dia fui procurado pelo cantor Decio Cardoso, aquele mesmo que cantava como Sinatra, que precisava de algumas músicas para um show que faria no Gallery, um “night club” fechado, comandado por José Vitor Oliva. A música que mais interessava a Decio era The Continental.

Enquanto isso, um grande agito acontecia na Rádio Capital, na época dirigida por Helio Ribeiro, outro fã confesso de Sinatra, que sabia dos meus conhecimentos, pois era comum, nos juntarmos para executar alguns de seus “hits”. Em nossos tempos de Radio Bandeirantes, nos refugiávamos em um estúdio, que tinha um belo piano, e fazíamos o nosso show particular. Ele cantando e eu acompanhando ao piano.

Por esta ocasião, além da assessoria de imprensa para a Rádio Capital, também assessorava Helio em algumas questões. E foi atendendo a sua solicitação, que colaborei

para colocar no ar um programa totalmente dedicado a Sinatra. José Maria Scacchetti foi o apresentador do programa. Elaborei o roteiro musical, ajudei com o texto e forneci os discos.

Helio fez questão que o programa tivesse a mesma duração do show, que lotou o Estádio do Maracanã. Qualquer tipo de transmissão durante a apresentação fora proibida, assim, mantínhamos um contato direto com nosso correspondente no Rio, que fora do ar  passava as informações, e estas eram repassadas aos ouvintes entremeando as músicas. O programa simultaneamente ao show terminou como o título de um dos maiores sucessos de Sinatra: “In the small hours of the morning”.

Para assistir performances de Sinatra ,acesse www.youtube.com.br e faça a pesquisa em seu nome.Como são videos protegidos não podemos exibi-los no blog.


2 comentários:

Elaine Brunialti disse...

nossa... eu trabalha na Capital, fui ao Rio assistir ao show ... às vezes o Hélio se punha a cantarolar musicas do Sinatra pela rádio.... bons tempos!!!

José do Carmo disse...

Lafayete
Na época eu trabalhava na Rádio Jovem Pan e eu lembro do rolo que deu na dispouta pela transmissão do show ao vivo e que, no final, a Rádio Capital teria adquirido esse direito. Agora você está dizendo que o show não foi transmitido ao vivo pela Radio Capital?!? Caramba...será que minha memória está falhando?!? lembro de ter ajudado a produzir na Jovem Pan (junto com Alaor Coutinho) um "show ao vivo" de mesma duração do concerto no Maracanã para dar a impressão de transmissão direta. Foi uma das coisas que mais me envergonho de ter feito nos meus poucos anos de rádio... Grande abraço.
Zé do Carmo