terça-feira, 23 de junho de 2009

1968/Volantes da Fraternidade


O radio é realmente fantástico! Além de ser um excelente companheiro, informa, diverte, distrai e presta serviço. É dinâmico e rápido. Já há algum tempo, um repórter tem condições de entrar no ar através do celular, em questão de minutos e de qualquer lugar do mundo.

A televisão ainda precisa de mais recursos técnicos para ter essa agilidade.

O rádio é solidário. Um ouvinte pode prestar informações importantes, que ajudem outros ouvintes. O rádio nos torna solidários.

Quando implantamos o Serviço Social Tupi na Rádio Tupi, dirigida por Helio Ribeiro, pudemos fazer esta constatação.

Na época, existia uma febre de escuderias formadas por jovens, cujo objetivo era o divertimento. Participavam de gincanas, numa disputa por prêmios, que eram oferecidos por emissoras de TV. A Record e a Bandeirantes disputavam para ver quem conseguia fazer melhor.

Na Radio Tupi, direcionamos a força da rapaziada para um trabalho social, e eles foram sensacionais. Transformaram-se nos “Volantes da Fraternidade”.

Aderiram ao chamado da Rádio Tupi e se colocaram a disposição do projeto praticamente 24 horas por dia. Eram muitas as solicitações que nos chegavam com pedidos de medicamentos, alguns difíceis de encontrar e outros com preços inacessíveis para quem precisava. Nunca deixamos de atender a uma solicitação.

Tudo era feito pelo rádio durante a programação e com livre acesso, interrompendo programas com o objetivo de ajudar.

Fizemos também várias campanhas arrecadando leite em pó para creches e orfanatos, sacos plásticos para o Hospital do Fogo Selvagem, doações para o Hospital de Interlagos e várias campanhas inclusive de arrecadação de agasalhos.

Era impressionante a garra dos líderes e dos membros das escuderias. Tenho que ressaltar também a eficiência dos funcionários da Radio Tupi envolvidos nesse projeto.

Algumas das escuderias realmente se destacaram, como a Taturana da Vila Maria, Esmeril da Casa Verde, LSD de Pinheiros, JASA do Jardim da Saúde, mas uma, realmente se superou e se manteve viva até hoje, a Pepe Legal da Mooca.

Foi o rádio com sua rapidez e solidariedade e as escuderias com seus jovens entusiastas, que marcaram esse momento de tão de comprovada cidadania na historia de nossa cidade.

Talvez essas ações, pudessem substituir os agressivos e desnecessários trotes dos calouros. O rito de passagem para a idade adulta, do colégio para a universidade, criaria nestes jovens um vínculo com sua cidade e seus problemas sociais, de uma forma alegre e descontraída, como deve ser tudo o que nos liga a juventude.

E foi este espírito de solidariedade que fez com que milhões de adesivos colados nos carros que circulavam pela cidade exibissem orgulhosamente slogan do projeto: “Somos do Amor do Motor e da Flor".

Na foto acima flagrante de distribuição de presentes de natal, feita pelos "Volantes da Fraternidade".

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